Tenho 46 anos, e quando volto á minha infancia (na aldeia) revivo no coração a alegria que sentia ao brincar no quintal, na terra, uma telha velha partida era a travessa, as bolotas era as batatas, as folhas eram os legumes, vinham sempre as minhas amigas e ficavamos a brincar até ao entardecer, depois do jantar vinham ter a nossa casa, os meus avós, uns vizinhos, e tios que ficavam a conversar coisas da sua juventude, anedotas e eu ficava ali atenta e maravilhada a ouvir (e tinhamos televisão). Adorava ajudar a minha avó a amassar a massa para fazer filhós e ajudava depois a por o açucar e a comer muitas. Eu também tinha muitos brinquedos, mas curiosamente nem me lembro deles, lembro-me sim e com muito carinho de sentimentos, de emoções, tão simples como um abraço do meu avô, quando no Natal ia com a minha mãe apanhar musgo para fazermos o presépio, quando ia com a minha avó apanhar erva para os coelhos que ela criava e tantas outras actividades que se fazia por vivermos no campo.
Felizmente não precisavamos de ter muito dinheiro para vivermos felizes e sobretudo em Paz.
Penso ser muito importante pensarmos hoje, todos os dias, que recordações, que memórias gostariamos de deixar aos nossos filhos. Será que são os brinquedos, consolas e roupas que lhes compramos para imaginamos nós, os "compensar" do tempo que não passamos com eles??? parece-me que não.
Aprendi com a vida que são as coisas mais simples as que mais marcam o coração das pessoas para toda a vida.
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